Os teus pés
O ópio do teu corpo que me invade o espírito, me droga e adormece o corpo, adrenalina liberta só de sentir os teus pés.
Tudo se desencadeia a partir dos pés e me guia ao longo do teu corpo. O cheiro chama-me ordenando-me a possuir a tua carne e a tua alma não aceitando a recusa que seja tentada.
Que adoração, que obsessão eu sinto a velos à minha frente. Deixa-me adorar, deixa-me sentir, deixa-me provar. Quero os beijar, quero os cheirar, quero os lamber, quero os morder.
Quero me drogar e sentir parte dessa parte afrodisíaca que tanto cobiço e invejo.
Quero os só para mim. Quero os escravizados à minha espera sedentos de prazer ansiosos da compaixão de alguém tão severo.
Quero deslizar a minha língua ao longo deles entrelaçando-a nesses dedos inocentes receosos da violência incontrolada de um desejo insatisfeito. Quero sentir na minha boca percorridos e acariciados pelos dentes frios e húmidos esperando o momento para os devorar. Deixa-os prontos para serem sugados até se sentirem providos do seu sangue.
Sinto a vontade doentia de os atar providos de vontade de se manifestarem às minhas diabólicas e sedentes fantasias. Chicoteá-los até perderem a vontade de fugirem do seu amo e senhor que lhes concede o direito e vontade de se movimentarem.
Eles pertencem-me como por direito e vontade de os violar.
Eles procuram o castigo e a minha piedade. Eles sentem a necessidade da minha loucura.
Eu só os procuro porque me procuram.
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